A verdade sobre os níveis de pobreza no Brasil e na Argentina.

Dois países, dois critérios diferentes, muitas contradições .

ECONOMIA

Arthur Falcão

1/19/20253 min read

A verdade sobre os níveis de pobreza no Brasil e na Argentina.

Dois países, dois critérios diferentes, muitas contradições.

Arthur Falcão

19/01/2025

Tem sido comum declarações de membros do governo e reportagens da mídia brasileira destacando os elevados níveis de pobreza na Argentina sob a gestão de Milei.

No entanto, há uma diferença fundamental na metodologia do cálculo da pobreza na Argentina e no Brasil, o que tem sido sistematicamente ignorado pela mídia.

A metodologia do INDEC (equivalente ao IBGE na Argentina) é feita com base na capacidade de consumo das famílias em relação ao preço de uma cesta de produtos, enquanto a metodologia do IBGE considera um valor monetário em dólar.

No Brasil, é considerada situação de extrema pobreza pessoas com renda inferior a U$ 2,15 por dia em PPC (poder de paridade de compra), o equivalente a R$ 210 por mês, e situação de pobreza pessoas com renda diária inferior a U$ 6,85 em PPC, equivalente a R$ 665 por mês.

Ou seja, uma pessoa no Brasil com renda de R$ 700 por mês no Brasil, não é nem considerada pobre.

Na Argentina, o cálculo de pobreza é feito com base na capacidade de um indivíduo de comprar uma cesta de produtos básicos no país, que contempla bens essenciais, como alimentos, transporte e saúde. De acordo com o último resultado de Dezembro, um argentino precisaria de uma renda de 331 mil pesos para ter esse poder de compra, o equivalente a R$ 1.900 reais.

Você pode conferir ambas metodologias nos seguintes links:

Metodologia INDEC

Metodologia IBGE

No Brasil, cerca de 70% da população possui renda inferior a R$ 1.900 por mês, o que configuraria condição de pobreza, caso aplicássemos o mesmo critério do INDEC.

E segundo os dados do mesmo INDEC, após o primeiro trimestre de mandato de Javier Milei, 54,8% da população argentina vivia sob a linha de pobreza, a qual está projetada para reduzir no terceiro trimestre para o patamar de incríveis 38,9%, com tendência de queda nos trimestres seguintes, refletindo claramente o impacto positivo das políticas liberalizantes que o governo de Javier Milei tem implementado até aqui.

Por que não se fala nisso?

Estranhamente, não há simplesmente uma única matéria em qualquer veículo da mídia brasileira que explique essa diferença metodológica.

Pelo contrário, é noticiado que a pobreza argentina está em patamares alarmantes, e em muitos casos, ainda insinuando um contraste com os níveis de pobreza no Brasil, que estão em seu menor nível dos últimos 13 anos, segundo dados do IBGE.

Mas o que trouxe a taxa de pobreza para o menor nível da série histórica foi o aumento de quase 50% do orçamento do governo com o Bolsa Família e outros programas sociais, e que o governo orgulhosamente divulga o aumento de famílias beneficiárias do programa a cada mês.

A “redução da pobreza” no Brasil é devido ao aumento das políticas de transferência de renda e não a um aumento do poder de compra e crescimento econômico sustentável, como é o caso na Argentina.

A evolução do salário mínimo brasileiro de 2024 para 2025, em dólar, caiu mais de 20%, enquanto os argentinos viram seus salários subindo acima da inflação e o peso argentino ser a moeda que mais se valorizou no mundo no mesmo período.

Portanto, comparar os níveis de pobreza entre Brasil e Argentina sem considerar as diferenças metodológicas não apenas distorce a realidade, como também ignora o impacto das políticas em curso.


Fonte: site oficial do Indec

Fonte: Ministerio de Capital Humano